sábado, setembro 03, 2005

Jogos Retóricos Mundiais

A maior competição do planeta se disputa todos os dias em toda parte.
Em cada lar. Em cada repartição pública. Em cada boteco e universidade, uma partida é travada à todo momento.

No máximo à 50 metros de você, alguém deve estar competindo.
E o mais interessante é que ninguém ganha coisa alguma por ser vitorioso.

É a Guerra do Problema.

Já reparou como as pessoas sempre querem mostrar como têm mais problemas que as outras? Se uma sofre de uma dor, a outra sofre da dor e tem que trabalhar. E outra sofre de dor, trabalha e cuida de casa. Outra ainda faz tudo isso e não tem um centavo no bolso.

Acho que nem tem a ver com querer a simpatia, pena ou compreensão do outro, mas sim com auto-afirmação. "Suporto mais problemas, portanto sou alguém importante, talvez até mais que você."

Perdi as contas em que já me peguei fazendo isso, tentando mostrar que estava mais ferrado que a pessoa com quem conversava. Chego ao ponto, muitas vezes, de ficar completando as frases dos outros como se isso fosse algo brilhante.

Pior ainda é quando o outro mal se agüenta em esperar o outro terminar de falar e já quer complementar a história com algum argumento mais interessante. Que coisa mais imbecil!

Isso não é conversar. Se não estamos prestando atenção ao que o outro diz, estamos só alternando períodos em que não estamos escutando, desesperados pela nossa vez de falar.

Gostaria que um dia as pessoas me conhecessem como um bom ouvinte, ao invés da máquina de falar que estão acostumados a lidar.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O que o homem não tem buscado é a compaixão, ele se preocupa com os problemas dele, por isso não quer saber do outro ou acha que seus problemas são piores.
A compaixão não é ter dó ou pena dos outros, mas fazer algo para mudar a situação, neste caso precisamos pedir a Deus que nos de um coração cheio de compaixão, como Jesus tinha. Quer as pessoas acreditem ou não, ele fez mudanças!

03/09/2005, 18:23  

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