segunda-feira, abril 04, 2005

Serendipidade

Estou escrevendo um longa-metragem. No filme, acontece algo com meu personagem que pode ser filosoficamente descrito da seguinte forma:

Pedro, proeminente ser humano, morreu na noite passada por falência múltipla de fé e colapso matrimonial agudo. Ele tinha 24 anos de idade. Inteligente e obsessivo, Pedro nunca se encaixou no perfil de uma pessoa que colocaria sua esposa em segundo plano.

Porém, nos últimos dias de sua vida, ele revelou um lado desconhecido de sua psiquê. Esta obscura persona quase-mecânica transpareceu durante uma busca por uma relação verdadeira com seu pai; um homem fracassado em sua heróica jornada. Infelizmente, a louvável busca terminou durante a noite de ontem em completo e absoluto sucesso.

Ainda que bem sucedido, o bravo Pedro, ficou preso demais à crença de que a vida não é uma série de acidentes e coincidências sem sentido, mas na verdade, uma trama de eventos que culminam em um plano único e sublime.

Questionado sobre a perda, Padre José, amigo de infância do falecido, descreveu Pedro como uma pessoa alterada nos últimos dias de sua vida. As coisas estavam claras para ele, José notou.

Enfim, Pedro descobriu o que procurava, algo que lhe tirou a própria vida. Mas antes de morrer, ele concluiu que se quisermos viver em harmonia com o universo, precisamos ter uma poderosa fé em algo que os antigos costumavam chamar de "fatum"...

...algo que chamamos hoje em dia de destino.

(livremente adaptado de um monólogo hollywoodiano)

Você sabia que o gregos não escreviam obtuários? Eles perguntavam apenas uma coisa quando um homem morria: "Ele viveu com paixão?"

E você, viveu?

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Estou vivendo. Twntando, pelo menos.

05/04/2005, 13:04  
Anonymous Anônimo said...

sinais... redentor... e mais uma série de filmes que eu vi nos ultimos dias.

05/04/2005, 13:32  
Anonymous Anônimo said...

mas respondendo a pergunta...
Hoje seria um bom dia para morrer.

05/04/2005, 13:33  

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