sábado, julho 09, 2005

1, 2, 3...

Era mais de uma vez,
Um, dois e seu amigo três.
Cada qual com seu problema,
sem igual, o que é uma pena,
pois, se pudessem conversar,
(e sair do seu lugar)
achariam a sintonia.
O que de fato acalmaria
esses espíritos perdidos
numa vida sem sentido.

Um solitário era sozinho.
Quieto no seu cantinho.
Deprimido rapaz calado,
se sentindo ignorado,
pelo mundo, que adiante,
foi em frente confiante,
e não esperou pelo menino,
esquecido e pequenino,
que equecera até de si.
E resolveu ficar ali,
torcendo, com toda esperança,
que não fosse mais nem lembrança.

Dois tampouco eram bastante,
se agarravam à todo instante.
Eram dois mas era um só,
e na verdade era pior,
pois sozinhos eram nada
só metades separadas.
Sem saber o que fazer,
um bolo sem seu glacê.
Dois coitados imbecis,
despedaçados sacis,
Um par de almas chorão,
vagando sem direção.
Procurando em cada qual,
completar o seu total.

Mas nada pior que o três...
Olha só, vejam vocês,
pois não há nenhuma glória
na velha máxima da história:
Amor, Paixão e Tentação,
recheados de traição.
Ciúmes como tempero
num maluco desespero.
Um no meio dividido
tentando não tomar partido
de duas forças batutas,
similares na conduta,
de tomar pra si o meio,
brincando de ser alheio,
fingindo um não interesse
(ainda que padecesse)
na anciã briga infinita
Onde todo o amor perde a vida.

E assim vemos que nunca,
independente da espelunca,
entre inúmeros motivos,
de singulares coletivos,
de números sem noção
em direção à perdição,
existe a vontade horrível
mesmo que não se lembre.
Pois sempre vai ser possível,
ser infelizes para sempre.

2 Comments:

Blogger Eduardo Gameiro said...

Inspirado numa idéia que uma amiga me deu.

Espero que sirva como homenagem.

09/07/2005, 13:43  
Blogger Katia K. said...

Gostei... Serviu, hehe.
Beijão!

15/07/2005, 00:31  

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