quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Deus sem religião é Deus. E a religião? Sem Deus é o quê?

Adeus, Adiós, Adieu, Addio, Godspeed...
A derradeira e definitiva palavra de despedida revela, até no pior dos casos, um quê de clemência.

"Te entrego a Deus e lavo minhas mãos pois, de agora em diante, não estarei mais ao teu lado."

Pelo menos nisso, até os menos religiosos haverão de concordar.

O que me leva ao assunto em questão:
Como tratar religião sem ser pragmático, piegas, fanático ou, principalmente, religioso?

Dan Brown fez isso de uma forma bem interessante em seu "Código DaVinci". O tema é religião, mas Deus não faz nenhuma ponta na narrativa. Deus não influi na história diretamente. As pessoas que acreditam Nele, sim. Mas nada místico ou inexplicável acontece. E aí está o grande mérito do livro, em minha humilde, mas sincera opinião.

Meu projeto cinematográfico pessoal mais recente envolve este conceito. A história de um cara que inspira a fé nos outros, embora não acredite em Deus.

E já adianto: ele não se converte no final.

Não é sobre isso e não é uma propaganda de igreja. É um relato sobre como é viver no mundo onde a maioria das pessoas acredita em um poder superior e transcedental. Como isso afeta a vida de alguém que simplesmente ignora o fato de haver ou não um ser todo-poderoso, criador do céu e da Terra.

Nem tão breve, nos cinemas.

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Planta Também é Gente

Um casal de velhinhos japoneses me surpreendeu hoje.
Estavam abraçando árvores na frente de uma lanchonete.
Coisa oriental, acredito eu.

O curioso é que a comida da lanchonete até que é bem saudável.
Talvez haja algum sentido misterioso nisso. Também oriental, provavelmente.

E apesar de todos estes sinais, a única coisa que passou pela minha cabeça na hora foi:
"Estas árvores estão de acordo com esta demonstração pública de afeto? Esta obscenidade não seria uma forma dos velhinhos se aproveitarem das indefesas árvores?"

Alguém precisa fazer algo contra os abusos cometidos contra a natureza.
Amar o verde é uma coisa, mas é preciso limites.

Quer demonstrar amor às plantinhas?
Vá se filiar ao PV, oras...

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São Creine

Ó São Creine, dai-me forças para fazer um filme premiado. Um filme premiado e não menos que isso. Um filme premiado e bom. Um filme com mestrado em Prêmio. Premiado tipo ninja. Premiado tipo ninja faixa-preta premium do campo secreto da academia que fica em Monte Premius. Um filme que talvez se chame Prêmio, pra combinar com os prêmios. Ou que a premissa seja um prêmio qualquer. Ou que o protagonista ande num Fiat Prêmio. Ou não. De preferência não. Que seja um Philme, porque começa com P, de Prêmio. Mas, que acima de tudo, seja premiado com o Prêmio de Melhor Prêmio no premiado Festival de Prêmios em Premiolândia. É isso. Obrigado São Creine. Amém.

Seria uma ótima oração para antes de dormir, se alguém dormísse no Sítio São Creine.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Era da Desinformação II

Semana passada, acho que o Jornal Hoje causou uma demissão.
Uma pobre doméstica, inocente, deve ter perdido o emprego. Quase certeza.

Investigavam um laboratório de remédios ilegal.
O lugar onde deveria funcionar a empresa tava abandonado. Foram até a casa do dono. Só a diarista em casa. Câmera escondida. Papo vai. Papo vem. A mulher entrega o jogo.

"É sim... Tá cheio de caixa aqui... Remédio... De vez em quando um caminhão passa aqui pra pegar ou deixar mais."

Se tivessem colocado a câmera na cara dela e falado: "É pra Globo! Reportagem de laboratório ilegal. Conta mais aí do teu patrão", duvido que ela tivesse aberto o bico.

Mas não... Imagina... O repórter foi atrás da verdade. Nua e crua. Doa a quem doer. Doeu sim... No bolso dela, que deve bancar o marido desempregado, a irmã, o cunhado e os 7 filhos no barraco onde mora de favor, com o dinheiro que ganha fazendo faxina na casa do safado do patrão dela.

Trabalho honesto.
Diferente do repórter, que pra mim, é tão sujo quanto o bandido que vende remédio ilegal.

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