quarta-feira, agosto 31, 2005

Coraticum

Coragem não é a ausência de medo.
Coragem é resistência ao medo.
É domínio sobre o medo.

Pensando assim, as pessoas mais corajosas são exatamente aquelas que têm os maiores medos. Sua coragem pode ser medida exatamente pelo tamanho de seus temores, porque corajoso não é aquele que ignora suas aflições e as esquece, mas sim aquele que as considera à todo momento e as encara de frente, sobrebujando-as.

A coragem é, nos momentos mais complicados, uma visão bem clara de duas coisas que todos têm diante de si:
Glória e Incerteza.

Coragem é assim: sem esperar, sair para conhecê-las!

Para T.

quarta-feira, agosto 24, 2005

PS: ...

A maravilha da comunicação interpretada ao bel-prazer de cada um:
A frase abaixo, fora do contexto na qual ela se insere (e que não vem ao caso), serve às mais distintas interpretações (o que é absolutamente maravilhoso, não acha?).

Déficit de Atenção

Se não for para ser o centro das atenções, prefiro ter atenção nenhuma.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Sem Ana, Sem Medo!

Antes do Rafael Barion, diretor do Sem Ana, viajar para Gramado escolhi muito bem as palavras que ía dizer pra ele. Por fim, disse-lhe o seguinte:

- Tomara que todos os concorrentes sejam ótimos filmes. E tomara que nós ganhemos mesmo assim.

Se os outros filmes eram ótimos ou não, acho que vai ser difícil eu descobrir pessoalmente. Segundo o Rafa, tinha uns 4 entre os 15 que mereceriam ganhar o prêmio.

O que ganhou, segundo ele, não foi um deles.

Disse que o resultado foi controverso, alguns gostaram, outros nem um pouco. Como todo prêmio que se preza, a questão é polêmica, principalmente entre os concorrentes.

Ou seja, não foi dessa vez.
E eu aqui, me achando todo, todo... puxa.
Talvez porque uma massagem no ego de vez em quando agrada, né?

"Don't waste your time on jealousy.
Sometimes you're ahead, sometimes you're behind.

The race is long and, in the end, it's only with yourself."

- Mary Schmich

(Não perca tempo com inveja.
Às vezes você está na frente, às vezes atrás.
A corrida é longa e, no fim, é apenas contra si mesmo.)

...mas talvez o tempo todo, e não apenas no fim, a corrida é sempre contra si mesmo.
Até o ano que vem, Totó de Ouro... ou seria um Kikito?

quinta-feira, agosto 18, 2005

de Méritos e Vergonhas

Não sei porque, exatamente, mas deixar de ganhar alguma coisa esperada nos é quase que certamente vergonhoso.

Talvez pela esperança e ansiedade de que a coisa se concretize, nos sentimos tão diminuídos quando ela deixa de ser, apesar de nunca ter sido, senão em esperanças vãs.

Assim, na próxima 6ª, às 18hs, sentirei um grande orgulho ou uma grande vergonha, não porque eu deva, mas porque somos assim, falíveis e humanos.

(..mas nem por isso, você vai deixar de torcer pelo filme em Gramado, não é?)

terça-feira, agosto 16, 2005

Blasê... Meu Blasê Blasileiro... (isquindô, isquindô)

Definição de blasé:
Ato de dizer blasé em voz alta.

Sandálias da Humildade

Corre à boca pequena dentro da própria AIC que os cineastas da Academia (de Cinema) acham que são os melhores do mundo e que também estão entre os melhores do Brasil.

O problema não são os prêmios que não ganhamos, são os críticos (fãs invejosos) que não dão o braço a torcer diante de nossa infinita superioridade.

Volte à sua insignificancia, Scorcese.
Seja mais maduro, Eastwood.
Volte a ser criança Spielberg.
Não seja modesto, Gameiro.

Caixa 2 x Fome 0

Todo mundo sabe que pra ser da cúpula do PT, vale pontos ter a língua presa.
Mas alguém confundiu o regulamento e achou que era rabo preso.

Deu no que deu.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Apnéia Obstrutiva

Depois do coma de 3 semanas, meu computador desenvolveu uma doença respiratória crônica.
Não é um zumbido, nem um chiado nem um barulho constante. É uma vibração intermitente causada pela obstrução na passagem do ar no seu sistema circulatório e arrefecimento.

Em outras palavras, ele ronca.

Ronco de verdade:
Ronc.... (silêncio).... Ronc.... (silêncio).... Ronc.... (silêncio)....
Num padrão tão imperfeito que é até sombrio, à noite, no escuro.

Que o nível da inteligência artificial hoje em dia é alto, eu sei; mas isso é absurdo.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Apócrifo de Propófito

Louva-a-Deus faz primeira comunhão?

Talvez seja uma boa idéia fazer um documentário sobre a vida religiosa dos Louva-a-Deus. Existiriam ateus entre eles? Seriam estes discriminados? Os papais e mamães Louva-a-Deus ensinariam seus Louva-a-Deus'inhos batizados a rezar toda noite antes de dormir?

Existiria o cisma entre os Louva-a-Deus cientistas e os religiosos ortodoxos Louva-a-Deus? Seria um costume natural entre os Louva-a-Deus jejuar durante a quaresma? E o Jihad? Um Louva-a-Deus que desse a vida pela causa na Guerra Santa teria sua entrada garantida no paraíso dos Louva-a-Deus?

Não sei se seria melhor abordar este tema de uma forma National Discovery History Channel, analisando vários aspectos da sociedade contemporânea do Louva-a-Deus moderno antenado com as tendências da moda ou fazer uma coisa mais afiada, criticando o cinismo e a hipocrisia dos governantes Louva-a-Deus políticos, no melhor estilo Michael Moore, metendo o pau na divisão em castas e a selvageria animal que rege as relações entre os Louva-a-Deus civilizados, católicos apostólico-romanos.

Talvez até chegasse a conclusão que seriam os Louva-a-Deuses Astronautas?

Cinéfilos e Cinófilos

Finalmente, um assunto que tava assando há um tempão tá servido.

Como dito anteriormente, estou trabalhando na produção de um filme de longa-metragem. Depois que um famoso ator global nos deu o cano no papel de protagonista, procuramos um outro ator com boa visibilidade para substituí-lo.

Enquanto isso, fui aos poucos me inteirando dos planos de um segundo filme, a ser filmado na seqüência, cujo ator principal tem excelente visibilidade, ainda maior que o primeiro. Esse cara é muito bom, tenho certeza que todo mundo conhece ele.

Peraí. Tô me adiantando demais.

Voltando ao primeiro filme, fechamos com um ator bacana. Fez novelas e tá na mídia (o que é ótimo em termos de marketing pro filme). Mas tinha uma condição: O cara quer trazer o cachorro dele à tiracolo. Um pepino, porque já tínhamos esquemas com hotéis bacanudos aqui na cidade pra hospedar hômi e o cachorro não ía fazer bonito no nosso esquema de marketing/merchandising/apoio/$$ com o hotel.

O problema ainda está sendo resolvido, mas eu tenho certeza que apesar dos pesares tudo vai se acertar no fim. Só achei que complicou algo que não precisava, mas beleuza.

Nesse meio tempo mamãe liga aqui dizendo que vai passar o natal aqui em Friolândia e que vai pôr o cachorro dela num hotel canino durante a viagem. Papo vai, papo vem, conto pra ela do cachorro do Dalton Vigh (ops, falei) e ela me fala que ator é assim mesmo, que viu em uma reportagem um tempo atrás que o Matheus Nachtergaele, por exemplo, sempre viaja com os cachorros dele.

Voltando ao filme 2. Preciso dizer quem é o ator principal do filme? Cuidar de totós e rexes vai acabar sobrando pra algum estagiário do filme. Pobre coitado do rapaz...

Peraí, estagiário sou eu.
(... em tempo: quem deu o cano foi um tal de Marco Ricca e cinófilo é que nem um escopófilo, só que gosta é de cachorro)

...em Gramado, mas sem Ana

Tenho certeza de que várias Anas estarão no festival de Gramado esse ano. Mas tenho certeza que o personagem que eu criei vai continuar sem nenhuma Ana lá.

"Sem Ana" é um filme que eu roteirizei e foi selecionado na mostra competitiva do XIII Festival de Gramado Cine Vídeo, na categoria Independente / Ficção / 2005 (que eu considero a principal, ainda mais agora que o filme tá lá).

Há controvérsias quanto à sinopse do filme, cuja história parece não fazer nenhum sentido até que Marcelo (o tal sem-ana) vem com uma história de que o sentido está ao contrário (o que faz ainda menos sentido) e de repente tudo faz um sentido muito estranho, mas muito claro.

É melhor ver o filme e tirar suas próprias conclusões. Como eu sei que isso é difícil porque, bem, poucas pessoas sabem onde conseguir o DVD, me mande um recado e eu tento dar um jeito, beleuza?

Mas mesmo assim estou bem filiz. E para provar que é tudo verdade, você constatar isso aqui e aqui (porque no site do Festival não colocam o nome do roteirista... sem comentários).

Ou seja, na próxima semana, esqueça outra Fulana e vá assistir Sem Ana (powered by Gramado) .

Obsessivamente Genial

É aquela velha história:

Garoto conhece garota.
Garoto se apaixona por garota.
Garota ignora garoto.
Garoto tem obsessão por garota.
Garota cresce e vira sex symbol em Hollywood.
Garoto cresce, mas não vira nada importante.
Garoto ganha 1.100 dólares em programa de auditório.
Garoto compra uma câmera de vídeo que pretende devolver em 30 dias.
Garoto parte numa busca de 30 dias para conseguir um encontro com garota.
Garoto filma essa história, faz um documentário independente, fica famoso, o filme ganha prêmios importantes e estréia nos cinemas com ótimas críticas.

Não é sempre assim?

Faz tempo que eu ouvi falar desse filme. "My Date With Drew", "meu encontro com Drew (Barrymore)", um documentário de humor que está sendo comentado como o melhor filme romântico do ano. Desde 2003, quando Brian Herzlinger pipocou aqui no meu computador vindo de algum link obscuro numa daquelas situações que só a Internet faz por você, fiquei muito a fim de ver esse filme.

Procurei no Google, no Kazaa, no falecido Napster (se é que já não tava morto nessa época), no eMule e sei lá onde mais, mas só encontrei o trailer e uma entrevista dele no programa do Jay Leno. Filme mesmo, até hoje nada.

Até hoje. Descobri hoje que o filme estrou nas salas de cinema dos EUA no dia 5 de agosto desse ano. Bonitinho, redondinho, no cinemão.

A premissa é ótima. O cara sempre foi obcecado com a Drew Barrymore, desde o E.T. e agora resolveu chamar ela pra sair com ele num encontro. Mas ela é uma atriz de Hollywood e ele não é nem ninguém, só um estudante de cinema. Mas ele foi atrás assim mesmo, equipado com uma câmera que ele tem que devolver em 30 dias e com 1,100 dólares que ele ganhou num show de TV (onde a resposta vencedora foi, profeticamente, "Drew Barrymore"). Usando a regra dos seis graus de separação (recentemente provada pelo pessoal do orkut, que tá tentando baixar a tal regra pra cinco ou menos em breve) o cara pretende falar com um conhecido que conheça alguém que conheça alguém que conheça alguém que conheça a Drew, deixando Brian frente a frente com a grande paixão de sua infância para finalmente fazer o tal convite.
Lindo, né?

O cara ganhou merecidos prêmios com a inspiradora história de um cara que, apesar das pouquíssimas chances, coloca tudo em risco para seguir o sonho de sua vida.

Cinema pra mim é isso aí: Contar boas histórias sem precisar mostrar sexo, violência e gente sofrendo. Porque até quem tem milhões de motivos pra se sentir por baixo tem a incrível capacidade de se sentir melhor do que quem tá por cima.

Dependência Tóchica

Eu não sou viciado. Não sou. Mesmo. Talvez compulsivo, mas viciado não.

Descobri isso porque esperava um período duro de desintoxicação por uma abstinência forçada depois que meu computador pifou. Este período Offline foi menos agressivo do que eu imaginei. Foi chato, sim. Mas foi numa boa. Levei a situação com consciência e maturidade, deu uma forma adulta e racional.

Tudo começou com vírus. Um vírus altamente pestilento. Não foi uma daquelas gripinhas comuns que todo computador pega e deixa as páginas "expirando". Foi algo virulento, diria até criminoso. Um atentado a vida (virtual, pelo menos), que deixou minha máquina em um coma de três semanas.

Ela tá melhor agora, brigado. Nada que um colo de placa-mãe não resolva. Mas foi uma seqüência de falhas e catástrofes que passou por queima da fonte, troca de gabinete, queima de memórias (768Mb de RAM no lixo) e por último a troca da placa-filha-da-mãe.

Saldo do valor financeiro: Altamente negativo, prejú total.
Saldo do valor sentimental: Lucro, porque não perdi arquivo nenhum.
Saldo do valor do meu blog: Negativíssimo. Perdi a pouca clientela que eu já não tinha e o valor do blog no blogshares.com (a bolsa de valores dos blogs; acredite quem quiser) caiu de quase nada para aproximadamente zero (arredondando pra cima).

Em compensação, acumulou-se muito material pra postar aqui, tomei notas de todas as idéias que tive nesse período e estou ameaçando usar todas elas, pra alegria de alguns, tormento de muitos e completa indiferença de quase todo mundo.

Assim, caras vítimas que ainda resistem no masoquismo de continuar aqui, nem tudo está perdido, porque o escopófilo voltou (de novo) e dessa vez é pra ficar (espero...)